terça-feira, 24 de março de 2009

Quem é bonita?


Sabe quando você passa por uma loja de griffe e se sente encantada com um de seus lindos vestidos únicos, impossíveis de se comprar? O vestido fica martelando na sua cabeça por todo o caminho do shopping até você decidir voltar para ao menos experimentá-lo. Ao experimentá-lo dentro daquele vestiário luxuoso, você deseja de todo o coração que ele não caiba só para não se sentir mal por não poder comprá-lo. E então ele cabe perfeitamente... logo você começa a procurar por todos os defeitos escondidos no vestido, a forma como ele te faz sentir gorda, ou ele não é lá aquelas coisas mesmo, ou que você irá gastar tanto dinheiro só para comprar uma pedaço de pano. Você se decide; ele não serve mais para você. Você deixa a loja e esquece completamente o assunto. Você usa o seu talento crítico para se sentir menos mal por não ter aquilo que os seus olhos desejam.
Por alguma razão estranha, a maioria de nós faz isso consigo mesma todos os dias. Nós não somos sequer bonitas, nem estamos em forma, ou somos adequadas o bastante. Você já notou que é sempre outra pessoa que te diz o contrário? Assim como aquele vestido lindo de griffe, nós simplesmente temos que encontrar algo de errado com aquilo que somos e com o que parecemos. Ao contrário do vestido, nós podemos certamente ter condições de pensar coisas boas sobre nós mesmas... é de se admirar porque isso não acontece!
O que me incomoda é que todos podem dizer coisas bonitas a nosso respeito, mas nós simplesmente não acreditamos. O nosso ego pequeno e insignificante está sempre preguiçoso para se levantar e marcar presença. Se você elogia um homem, o seu ego rapidamente sobe até o topo, mas ao fazer o mesmo com uma mulher, ele flutua abaixo da altura dela por um tempo e então, como um velho balão à gás, volta para o chão.
Como meninas, nós crescemos pensando de forma tão diferente. Nós pensamos ser princesas dignas da atenção de todos. Uma simples sandália de salto alto é suficiente para nos fazer sentir a menina mais linda do quarteirão! Então nós crescemos e começamos a ler revistas, assistir filmes e programas de TV, e a entender o significado real da "verdadeira beleza". Logo, olhamos para os nossos corpos e de pronto percebemos que não fazemos parte desse grupo. Nós ouvimos declarações que nos bofeteiam, tais como: "você deve ter pernas longas para parecer deslumbrante", "as loiras se divertem mais", "chegue ao tamanho 0 e você vai parecer ótima assim como as mulheres desta revista", "a fulana de tal é a mulher mais linda do mundo e você é exatamente o oposto dela", e: "mulheres não deveriam ter rugas, faça alguma a respeito do seu rosto".
E assim, nos olhamos no espelho e começamos o "auto-ataque".
Quem deu à Mídia o poder de dizer o que é bonito e o que não é? Você? Com certeza não fui eu! Somos nós quem devemos decidir o que é bonito para nós.
Na fé,
Cristiane Cardoso.

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