Zero a Esquerda

Eu nunca gostei muito de ir para a escola. Eu era uma boa aluna, não excelente, mas era o suficiente para mim desde que eu não fosse reprovada. Uma coisa era certa, eu podia odiar uma matéria, nem por isso eu deixava de estudá-la só para não ser reprovada e ter que fazê-la tudo de novo no próximo ano.

E com isso em mente, eu posso dizer que eu era um zero à esquerda. Não acrescentava nem diminuía nada na vida de ninguém. Eu era uma simples adolescente passando pelos problemas normais daquela idade. Até que chegou o dia de acabar a escola e aí pensei comigo mesma, ‘agora eu vou ser diferente, vou deixar de ser essa pessoa que só gasta oxigênio nesse mundo’.

Sinceramente eu me cansei de ser a mais tímida. Cansei dos comentários sobre a minha pessoa que eram sempre os mesmos: ‘como ela é sem graça!’, ‘a Cris não vai casar tão cedo, do jeito que ela é tímida!’ Eu decidi ser a pessoa que eu sempre quis ser: corajosa, forte, e merecedora de ser chamada mulher de Deus.

Não foi fácil. Eu tive que ir contra tudo que eu sempre fiz e fui. Sentir o meu rosto queimar toda vez que eu falava com mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Tentei coisas novas e cometi muitos erros. Eu tive que mudar tudo sobre a minha pessoa, sair daquela zona que eu sempre me encontrava... aquela sabe, que não dói!

As pessoas começaram a desconfiar de algo, mas eu não me importei. Minhas intenções eram boas diante de Deus. Eu queria agrada-Lo com a minha vida e fazê-Lo orgulhoso de ter me chamado.

Ser uma zero a esquerda é a coisa mais fácil que tem. Não precisa de nenhum esforço, nem mesmo de mudar qualquer coisa ao seu respeito. Você pode continuar lhe dizendo a mesma coisa toda hora ‘eu sou assim!’. Quanto mais você falar isso, mais você vai se convencer de que as pessoas precisam lhe aceitar do jeito que você é. O problema é que você vai ficar assim para o resto da sua vida. Se você está satisfeita com isso, então... o que mais a falar?

Na fé,